História da alfabetização no Brasil

O processo de alfabetização já passou por diversas mudanças ao longo da história do Brasil, principalmente, relacionadas à conceituação do ensino e aos métodos usados pelos professores. Desde antes da criação dos conceitos O processo de alfabetização já passou por diversas mudanças ao longo da história do Brasil, principalmente relacionadas à conceituação do ensino e aos métodos usados pelos professores. Desde antes da criação dos conceitos de letramento, a prática esteve presente na sociedade. Por isso, aprender sobre a história do ensino da leitura e da escrita é importante para quem se interessa por educação e que está em processo de formação.

O início do processo de alfabetização no Brasil

O primeiro registro de educação formal no país foi por volta de 1550, época do domínio dos jesuítas no período colonial. O objetivo dos padres era converter os indígenas ao cristianismo e, para isso, utilizavam um modelo de ensino baseado na religião, que desconsiderava a cultura e os saberes dos povos. Quando os padres foram expulsos do país, em 1759, as escolas tinham matriculado menos de 0,1% da população.

Juntamente com os movimentos pela formação da República, em 1876, surgiram as primeiras tentativas de organizar sistematicamente a educação do Brasil. Nesse sentido, o período marca a implementação dos primeiros métodos do ensino da leitura por meio do alfabeto. Estes métodos eram baseados no aspecto fônico (som das palavras), na soletração e na silabação, com a utilização dos ditados e das cópias. Nessa época, ler e escrever passaram a ser habilidades importantes, pois os analfabetos eram proibidos de votar.

Alunos Physics, em fase de letramento, anteriormente chamado de alfabetização, realizando atividades em sala de aula.
Alunos Physics em processo de letramento

A educação no Brasil a partir do século XX

A segunda fase da alfabetização no Brasil foi por volta do início do século XX, quando a preocupação com os métodos e o ensino começou a aumentar. Nessa época, foi criado o termo “alfabetização”, que considerava o ensino simultâneo da leitura e da escrita. Antes, o foco estava mais na leitura e, a partir de então, os professores passaram a criticar o tradicional método sintético. Em contrapartida, eles defendiam o método analítico, no qual a leitura era ensinada por meio de textos ou sentenças com sentido completo e só depois as palavras, sílabas e letras eram apresentadas. 

A década de 1920 foi outro período de mudanças na educação brasileira. Desse modo, a terceira fase da alfabetização foi marcada pela psicologia científica, bandeira do educador Manuel Lourenço Filho. De acordo com o educador, a educação era um processo psicológico que poderia ser mensurado. Sendo assim, foram criados os testes de ABC, para avaliar o desempenho dos alunos, classificando-os em “fracos”, “médios” e “fortes”. Os métodos sintético e analítico tornaram-se ultrapassados e surgiu o método misto, que usava um pouco de cada metodologia.

A quarta e última fase da alfabetização começou na década de 1980 e vai até os dias de hoje. As transformações desse período foram sociais e políticas, o que resultou na restauração da democracia. O método do psicólogo suíço Jean Piaget, que propõe a participação ativa dos alunos em sala de aula, ganhou força e está cada vez mais presente na realidade educacional brasileira.

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